segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Cobrador e o Ciclista

Outro dia eu estava andando de ônibus - sim, quem não tem dinheiro, carteira ou carro, ou os três juntos, anda de ônibus, ou a pé, dependendo da distância - e ao pagar minha passagem o cobrador me pediu se não tinha 5 centavos, e eu lembrava de ter recebido estes 5 centavos no ônibus que havia pego horas antes. Tratei de catar na minha carteira e achei o valor pedido, já que ele parecia um pouco preocupado com a falta destas moedas em sua 'pochete', sim eles usam e ficam caminhando de um lado para o outro dentro do ônibus, o que eu acho particularmente ótimo já que assim não ficam sedentários e já exercitam seu equilíbrio a cada curva e freiada mais forte. Voltando aos 5 centavos, entreguei a ele e de volta recebi 10 centavos (só por saber, o valor da passagem era de 1,95 e eu entreguei 2,05.. fazendo uma continha rápida, 10 centavos de troco). Me senti bem em ajudar já que a maioria das pessoas apenas entregam uma nota de 2 reais, e as moedas são tão usadas ao longo de todo o trajeto e algumas vezes não são suficientes e são feitas paradas para trocar moedas de maior valor (o engraçado é que todo mundo tem uma moeda de 5 centavos na carteira, mas alguém lembra que ela está lá? Faça o teste!)
Continuei meu caminho tranqüila, olhando pela janela e apenas esperando pelo local em que eu teria de descer. Quando já estava perto, levantei e puxei a cordinha que faz aquele barulho que normalmente me incomoda, mas naquele dia isso não me afetou. quando cheguei na catraca para descer acabei me 'embananando' com o tal cartão - sim, na minha cidade o cartão que recebemos do motorista na entrada deve ser passado e depositado dentro de uma máquina que fica junto a catraca na porta de saída. Para minha sorte o cobrador já estava ao meu lado quando eu estava a ponto de perguntar "porque a luz verde não acende?", ele deve ter lido minha mente. E enquanto passava pela catraca ele gentilmente me disse para tomar cuidado com a bicicleta que estava vindo. eu não quis dizer, mas havia percebido que o ônibus havia passado por uma bicicleta no momento que eu parara ao lado da catraca e já presumia que ela passaria no espaço entre o ônibus e a calçada, como é de costume. Eu agradeci e olhei para fora do ônibus antes de descer o último degrau, e para minha surpresa a bicicleta estava lá - atrás do ônibus - parada, esperando que ele arrancasse para então continuar seu caminho.
Neste dia, enquanto caminhava para casa, lembrei de uma frase que é usada pelo personagem "Gentileza" de Caminho das Índias, da Rede Globo - um mendigo, que percorre as ruas com um daqueles cartazes 'tipo sanduíche', e fica entregando flores às pessoas que passam por ele e diz: "Gentileza gera gentileza". E senti-me em paz, comigo e com o mundo, com a sensação de dever cumprido - minha boa ação do dia, talvez.
Para quem cansou de post falando de ônibus, prometo que o próximo não será, okey?!

Um comentário:

Yubari Pera disse...

Olha...eu não sigo a regra, eu não tenho 5 centavos na carteira *vira carteira, nada cai* nem lixo cai! XD

Q milagre um cobrador educado, os daqui me olham com cara de cu por chegar com o cartão de estudante. -.-

E a biclieta parar! OMG! RARO! ...sim..eu ja quase fui atropelada por um bicicleta... -.-

gentileza, gera gentileza = FREE HUGS! x3